Bitcoin rompe marca de US$111 mil com compras corporativas e otimismo regulatório

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Publicada 22 maio 2025

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Aviso de Transparência

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A principal criptomoeda do mundo O Bitcoin disparou na quinta-feira, superando pela primeira vez a marca de US$ 111 mil, em movimento impulsionado por grandes compras empresariais e maior otimismo com a regulamentação americana do setor.

A maior criptomoeda do mundo atingiu US$ 111.782 durante o pregão asiático, fechando próximo aos US$ 110.500. A valorização acumula 40% em apenas seis semanas, desta vez puxada por investidores institucionais e não por traders individuais. Na quarta-feira, a moeda já havia superado o recorde anterior ao atingir US$ 109.857, escalando ainda mais no dia seguinte.

A disparada veio na esteira da baixa procura por títulos do Tesouro americano, levando investidores a buscar alternativas como o Bitcoin. “O novo patamar do Bitcoin foi resultado de uma combinação de fatores favoráveis no cenário macroeconômico”, explicou Antoni Trenchev, cofundador da corretora de criptomoedas Nexo, em entrevista à CNBC.

Empresas lideram a corrida pela moeda digital

Companhias abertas já controlam 15% de todo o Bitcoin em circulação, conforme levantamento da Bitcoin Treasuries. A MicroStrategy está na dianteira dessa tendência, com reservas superiores a US$ 63 bilhões na criptomoeda.

A empresa de Michael Saylor acumulou mais de US$ 50 bilhões em Bitcoin, virando protagonista dessa escalada. Outras companhias seguem o mesmo caminho, com novas empresas especializadas em reservas de Bitcoin surgindo constantemente.

“Tem sido uma subida gradual, mas consistente, rumo a novos recordes”, avaliou Joshua Lim, co-responsável global de mercados da FalconX. Segundo ele, as aquisições por empresas de propósito específico também estão pressionando os preços para cima.

Ambiente regulatório mais favorável

O Senado americano aprovou legislação que estabelece as primeiras regras para stablecoins, gerando maior confiança em todo o mercado de criptoativos.

A postura favorável do presidente Trump ao setor criou impulso adicional. O avanço do projeto sobre stablecoins alimentou expectativas de maior clareza regulatória para empresas do ramo sob a gestão de Trump, conhecido defensor das criptomoedas.

A alta também refletiu o acordo comercial de 90 dias entre Estados Unidos e China, anunciado em 12 de maio. O entendimento reduziu temporariamente as tarifas de importação para 10%, eliminando importante fonte de incerteza nos mercados.

“A suspensão das tarifas afastou o risco de nova escalada, o que impactou positivamente o apetite por risco tanto de investidores tradicionais quanto de cripto”, analisou Aurelie Barthere, analista sênior da plataforma Nansen.

Mercado em território positivo

Dados da Sentora, empresa de análise blockchain, mostram que todos os detentores de Bitcoin estão no lucro, criando base sólida para novos ganhos.

Os fundos de Bitcoin negociados em bolsa captaram mais de US$ 4,24 bilhões no último mês, segundo a SoSoValue. Entre 14 e 20 de maio, os ETFs registraram entrada constante de recursos, com pico de US$ 667,4 milhões no dia 19.

A forte alta provocou mais de US$ 500 milhões em liquidações no mercado de derivativos em 24 horas. Mais de 120 mil operadores perderam posições, sendo que apostas baixistas sofreram o maior prejuízo, próximo a US$ 300 milhões.

Analistas projetam que o Bitcoin pode chegar a US$ 120 mil ou mais. Jamie Coutts, da Real Vision, estima US$ 132 mil até o fim do ano, baseado no crescimento da oferta monetária.

Diferentemente de ciclos anteriores movidos por especulação individual, desta vez são as reservas corporativas e compradores institucionais que sustentam a demanda, criando o que especialistas consideram uma base mais sólida para a continuidade da alta.